Resenhas

Voz doce e marcante

Logo que estreou no mercado fonográfico, a cantora Eliana Printes conquistou a admiração de público e crítica. Também pudera. Com uma voz marcante, de personalidade ímpar, ela se distanciou das demais cantoras de sua geração e deu adeus ao lugar comum que, eventualmente, elas desembocavam.

Com talento nato para emocionar, fruto de suas indiscutíveis interpretações, Eliana construiu um sólido caminho e chega agora ao sexto cd de carreira com a maturidade e o equilíbrio de uma veterana, sem deixar de lado o frescor e o encanto de uma principiante.

Mais perto de mim, álbum com características acústicas, a deixa numa posição bastante confortável para o canto, mas também abre portas para que o público a reconheça ainda mais como compositora. No trabalho, que foi produzido em parceria com Adonay Pereira e Armando Prado Mendes, a cantora não economizou criatividade e assinou boa parte de suas faixas.

"Venha Ser Meu Sol", a primeira de tal legado, é de tamanho alto astral que soa como boas vindas para quem a ouve. Tanto que seu clima positivo foi registrado pelas lentes do cineasta alemão Wim Wenders, para o filme Nokia Music Recommenders, rodado no Rio de Janeiro.

"Por Onde?", de Kleber Albuquerque e Tata Fernandes, é singela. Sua harmonia é composta apenas de um violão, que divide as atenções do ouvinte com uma delicada guitarra e, claro, com a voz doce de nossa diva.

"Se Chovesse Você", outra dela e de Adonay, dessa vez com o poeta Eliakin Rufino, conta com a participação especial do cantor Chico César em inspirada interpretação. Mas é em "Que Amor é Esse" que a cantora dá um belo show, respaldada pelo piano acústico executado com maestria por Julinho Teixeira.

"No Ouvido", outra de sua autoria, quebra o clima e funde a bossa nova com o Drum 'n bass priorizando, claro, o formato acústico, enquanto o samba "Força e Elegância", de autoria de Aricia Mess, traz um arranjo que valoriza a guitarra com trêmulo, efeito muito utilizado por músicos da década de 70 - a Era Disco.

"Quando você Passa Por Mim", mais uma de Eliana e Adonay, vence pela participação especial de Pedro Luis, líder do grupo A Parede. Essa, aliás, é a escolhida para ser o carro-chefe do álbum. E "Um Antigo Amor" traz de volta a leveza inicial do disco. Com arranjo marcado por violões e por uma caixa de bateria tocada com vassourinha, ela se faz em dinâmicas e climas.

"Velho Realejo", uma valsa de autoria de Custódio Mesquita e Sadi Cabral, ganha releitura com acordeom, piano, baixo acústico e bateria, instrumentos que se encaixam perfeitamente na voz emocionada da cantora. Assim como "Se Fosse Eu", de Eudes Fraga e Carlos Henry, que aparece com arranjo somente para violão e violoncelo. "Santa Padroeira", escrita pelo hitmaker Antonho Vileroy, fala da força da mulher, sua fé e homenageia a padroeira do Brasil, Nossa Senhora de Aparecida.

A tampa de Mais perto de mim é fechada com três faixas bônus, versões remix de "Força e Elegância", "No Ouvido" e "Quando você Passa Por Mim", produzidas por Armando Prado Mendes e Pablo Gregor. Gravado no Estúdio Companhia dos Técnicos, no Rio de janeiro, mixado nos Studios Mega, também no Rio, com faixas bônus produzidas no Par Estúdio, em Madrid, Espanha, e masterizado por Ricardo Garcia no Magic Master, o disco promete marcar a virada na carreira de Eliana, um diamante escondido em nossa música.

 
Rodrigo Sabatinelli


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