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Cabruêra e a Sete Sóis

A Cabruêra é a nova parceira da Sete Sóis, que passa a trabalhar com a banda em São Paulo.

Para quem não conhece, o grupo está na estrada faz 10 nos e gravou os CDs Cabruêra (2000), Samba da Minha Terra (2004) e Sons da Paraíba (2005).

O nome Cabruêra se origina de um termo do cangaço, que significa bando de cabras tal qual o bando de Lampião, tendo como fundamento o próprio animal cabra e sua capacidade extraordinária de adaptação e resistência às intempéries de áridas situações. A cabra é um animal que resiste a seca por sua capacidade de devorar tudo o que vê pela frente. Semelhantemente, a Cabruêra que também devora as mais diversas informações musicais, digerindo-as e vomitando-as com recursos tecnológicos. Essa capacidade cultural vem de nossos ancestrais que acreditavam no ritual antropofágico, quando tornando-se mais fortes ao devorar a carne de um valente guerreiro. O tempo passou, mas a capacidade de devorar não sai do nosso “cotidiario”.

A Cabruêra rompe com o estigma da pobreza, tendo como pano de fundo uma tradição de aparente conformismo. Sua postura revela resistência. O grupo bebe em varias fontes, desde os ritmos brasileiros como o coco, ciranda, embolada, forro, maracatu e samba até ritmos modernos como o rock, o funk e a musica eletrônica, passeando às vezes por caminhos psicodélicos e progressivos principalmente quando o vocalista usa uma caneta esferográfica pra extrair do instrumento um som estranho, envolvente, quase mágico e nunca antes ouvido, experimental mas extremamente dançante e, como se diz no popular nordestino, capaz até de levantar defunto...

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