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Guanabara | Fred Martins

Quarto cd do cantor, compositor e violonista Fred Martins, Guanabara revela matizes da música carioca ligada ao samba cheio de bossa de Cartola e Nelson Cavaquinho até João Gilberto, Paulinho da Viola, Baden e Vinícius, num franco diálogo com suas principais referências musicais.

Guanabara também expõe a vitalidade e inspiração do violonista Fred Martins. Os arranjos partiram de seu instrumento e as gravações de voz e violão foram todas feitas juntas, praticamente ao vivo. Totalmente acústico, o disco é focado na composição, com a intenção de iluminar a canção.

Ouvir João Gilberto no rádio foi o que chamou Fred para a música. Este Guanabara é um testemunho dessa iniciação: o namoro com a estética da bossa nova, tanto nos arranjos quanto na sofisticação harmônica e na maneira de cantar mais concisa, é a tônica desse álbum. Fred conduz a canção ao essencial, uma economia que se observa mesmo nas faixas recheadas de sopros e cordas. Nesse sentido, destacam-se ‘Breve primavera’ (FM|Marcelo Diniz|Fred Girauta), gravada apenas com voz e violão, e o afro-samba ‘Doceamargo’ (FM|Marcelo Diniz), homenagem a Baden e Vinícius que ganhou nova e vibrante versão, em que se acrescenta a percussão de Marcio Bahia.

E nesse namoro, em Guanabara Fred Martins explora o frescor da bossa, somando-o a outras vertentes da música brasileira: à sua maneira, modula a tradição em sambas como ‘Lentamente’ (FM|Francisco Bosco) e ‘Asas do Desejo’, o primeiro que compôs, há 20 anos, em parceria com Manoel Gomes, e visita, no acento mouro de ‘Por um fio’ (FM|Marcelo Diniz), o Nordeste modal.

Entre outras referências, o maestro Tom Jobim aparece em ‘Olhos em chamas’ (FM|ManoelGomes), e se ouve a influência do maestro Moacir Santos nos arranjos de sopros de Marcelo Martins, e de cordas, de Jessé Sadoc.

Matizes e perfis que se ouvem em Guanabara também se revelam na capa e no encarte do cd: as acrílicas sobre tela que ilustram a leitura é um luxo à parte, assinadas pelo artista plástico Orlando Mollica.

Guanabara é um lançamento do selo Sete Sóis, com distribuição Tratore. Os fonogramas são da Sony/ATV Music.